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Brasil será maior fronteira de investimentos do mundo, prevê ministro da Economia

Brasil será maior fronteira de investimentos do mundo, prevê ministro da Economia

Em participação no Fórum de Investimentos Brasil, Paulo Guedes destaca vacinação em massa e retomada das reformas econômicas entre atrativos para investidores internacionais

O Brasil vai se transformar na maior fronteira de investimentos internacionais do mundo, segundo avaliação feita nesta segunda-feira (31/5) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a quarta edição do Fórum de Investimentos Brasil (BIF - Brasil Investment Forum, em inglês), o maior evento para atração de investimentos estrangeiros da América Latina. Segundo o ministro, isso será possível graças à vacinação em massa e à retomada das reformas econômicas. “Com a vacinação em massa de um lado e a retomada das reformas econômicas, acreditamos que o Brasil seja atualmente o maior e melhor horizonte de investimentos da economia mundial”, afirmou.

Com a vacinação em massa de um lado e a retomada das reformas econômicas, acreditamos que o Brasil seja atualmente o maior e melhor horizonte de investimentos da economia mundial”, Paulo Guedes

De acordo com o ministro, o Brasil tem hoje mais de 150 ativos nos programas de concessões e privatizações. Além disso, tem avanços nos marcos regulatórios de infraestrutura, como cabotagem, setor elétrico, petróleo e gás natural.

O Brasil também terá o maior ecossistema de investimentos na economia digital e na economia verde, ressaltou o ministro. “O meio ambiente é também um tema decisivo para o futuro da economia brasileira. Sabemos que os biofármacos, a economia digital, o turismo, a economia verde, tudo isso vai girar em torno da região Amazônica e queremos ajuda de investimentos de fora para construirmos juntos esse futuro verde e digital”, disse.

Ambiente de negócios

Entre os atrativos que o ministro apresentou aos investidores internacionais no BIF, um dos destaques é a aprovação, prevista para os próximos dias, da medida provisória de melhoria do ambiente de negócios no país, com o objetivo de fazer com que o Brasil melhore 30 a 40 posições no ranking mundial.

Ele explicou que o governo vem mantendo uma “sequência Legislativa” na aprovação de medidas. “Primeiro a Lei da Liberdade Econômica, depois a Lei do Contribuinte Legal e agora a Medida Provisória de Melhoria do Ambiente de Negócios. Por outro lado, as mudanças nos marcos regulatórios, para estimular os investimentos privados. Estamos preparando todo o ambiente de negócio do Brasil para retomarmos nossos caminhos da prosperidade. Queremos que o Brasil seja uma das maiores economias de mercado do mundo”, disse.

Segundo Paulo Guedes, o Brasil está no caminho da transformação do Estado, saindo das atividades em que tinha monopólio, com as grandes empresas estatais, e indo na direção de saúde, educação e segurança pública, que são as atividades típicas de Estado. “Estamos convidando o capital estrangeiro e o capital privado nacional para darem sequência nesses grandes investimentos da próxima década. Quero reafirmar também o nosso caminho da prosperidade, que tinha exatamente como objetivo essa transformação da economia brasileira”, afirmou.

O ministro explicou que primeiro, o governo ajustou a situação de descontrole de gastos no setor público, com a reforma da Previdência. Depois, com a queda estrutural dos juros, mudou as doses de política fiscal e monetária do Brasil, que sempre tinha um fluxo fiscal frouxo e o monetário apertado. “Agora, nós temos um fiscal forte, que está derrubando também as taxas longas de juros e sustentando o crescimento em setores-chaves como a infraestrutura e a construção civil, no mercado interno. Isso é o que está gerando também empregos, e agora vem a retomada do setor de serviços, à medida que a vacinação em massa progride”, ponderou.

São medidas assim que dão ao ministro a confiança de que o Brasil vai se transformar na maior fronteira de investimentos internacionais do mundo. Para ele, é claro que as economias chinesa ou americana, pelo tamanho, ou Cingapura, que é o maior eixo de reciclagem de recursos financeiros na Ásia, vão continuar sendo a principal destinação para os investimentos. Mas o Brasil continua sendo a quarta maior destinação de investimentos externos. “Queremos acelerar esse papel, oferecendo o maior portfólio para investimentos internacionais. Não apenas temos os novos investimentos do setor público, mas queremos transformar o Brasil na maior fronteira de investimentos privados internacionais do mundo”.

Acordos internacionais

O ministro também reforçou a importância de prosseguir com os acordos internacionais. Ele destacou as atividades do Mercosul e a celebração do acordo do bloco com a União Europeia, que estava parado há 20 anos, bem como as negociações fechadas ou em curso com Canadá, Coreia do Sul, Japão e com os Estados Unidos. “Continuaremos no caminho da prosperidade, na transformação do Estado brasileiro, no mergulho nos mercados globais, recebendo investimentos de todo o mundo, privatizando e acelerando as concessões, retomando o crescimento econômico, gerando emprego e renda para a população brasileira”, garantiu.

Vacinação em massa

Durante o evento, que pela primeira está sendo transmitido de forma totalmente digital, o ministro reforçou que não vão faltar recursos para a saúde no Brasil. A vacinação em massa, segundo ele, é a principal política econômica para o momento, além de ser a principal política de saúde pública, que vai garantir o retorno seguro ao trabalho para todos os brasileiros. “Por orientação do presidente Jair Bolsonaro, ao longo de toda essa crise que nos atingiu no ano passado, mantivemos o duplo compromisso – de um lado, com a saúde e, do outro, com o emprego e a proteção dos mais vulneráveis. Transferimos renda direta para os mais vulneráveis, para estados e municípios, e ao mesmo tempo mantivemos o emprego no setor formal, ao contrário das recessões anteriores", disse o ministro.

Para Paulo Guedes, a economia brasileira teve uma recuperação baseada nessas políticas públicas de proteção dos mais vulneráveis. O desafio deste ano é tornar a recuperação cíclica da economia brasileira – baseada em consumo – numa recuperação do crescimento sustentável – baseado na retomada dos investimentos. “As primeiras notícias são bastante animadoras. Não só criamos um milhão de empregos formais nos primeiros quatro meses, mas também registramos recorde de arrecadação tributária, o que é uma proxy para recuperação da atividade econômica. As revisões de crescimento estão sendo feitas para cima, não só pelos institutos do governo, como pelos analistas de mercado privado. A economia brasileira está dando indicações de crescimento bem acima das nossas previsões, de 3,4% para este ano”, afirmou.

Reformas e privatizações

Guedes observou que o Brasil é possivelmente o único país do mundo que está fazendo reformas estruturantes em meio à pandemia. “No primeiro ano, surpreendemos o mundo com a Reforma da Previdência. No segundo ano, nossa democracia mostrou sua resiliência e flexibilidade e surpreendemos o mundo, contrariando as previsões de que o Brasil cairia quase 10%, e o Brasil caiu 4.1%”, lembrou.

O governo aprovou o Banco Central independente e um novo marco regulatório fiscal, com gatilhos de controle de gastos do governo em todos os níveis. Reformas, segundo o ministro, perseguida há décadas e aprovadas em poucas semanas após a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado, configurando uma coalizão política de centro-direita, para dar apoio parlamentar às reformas e privatizações.

O ministro da Economia também destacou a aprovação da nova Lei do Gás Natural e do Marco Regulatório do Saneamento Básico. O primeiro efeito foi a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), que envolveu em torno de R$ 50 bilhões, sendo R$ 20 bilhões de outorga e mais R$ 30 bilhões de compromissos de investimento, mobilizando quase 10 bilhões de dólares para investimentos na área de saneamento nos próximos dez anos.

Paulo Guedes também ressaltou a aprovação, feita pelo Ministério da Infraestrutura, de concessões em 22 aeroportos privados, seis terminais de portos marítimos e mais uma ferrovia, e a retomada dos programas de privatizações para a venda dos Correios e da Eletrobrás.

Para ele, os investimentos privados são considerados a nova alavanca de crescimento. “Após um ano com o foco prioritário no combate à pandemia, estão sendo retomadas as reformas estruturais. Todos os brasileiros deverão estar imunizados até o final deste ano, como garantiu o nosso ministro da Saúde, e segue o nosso compromisso duplo – de um lado, com a saúde dos brasileiros e, de outro lado, com a retomada do crescimento econômico e com a responsabilidade fiscal. Os gastos que nós fizemos de natureza extraordinária vão sendo gradualmente removidos e reduzidos e voltamos para uma trajetória de controle e responsabilidade com as contas públicas”, explicou.

Emprego

Paulo Guedes também destacou o lançamento de programas para estímulo de emprego, como o Bônus de Inclusão Produtiva e o Bônus de Incentivo à Qualificação Profissional. As medidas têm como objetivo criar milhões de empregos nos próximos meses, além de atender ao mercado dos informais – os 38 milhões de brasileiros que estão protegidos com Auxílio Emergencial, mas que precisarão de ajuda no retorno seguro ao trabalho.

“A vacina de um lado e a desoneração de folha do outro lado, ou seja, um regime emergencial para que esses empregos possam ser criados. Eu convido a todos que venham e apoiem a economia brasileira nesse esforço de reconstrução”, incentivou Guedes.

Recursos para vacinação

Durante o BIF, Paulo Guedes disse que não faltarão recursos para as vacinas. “Não só para importação de vacinas como, também, a produção local de vacina. Os nossos investimentos em pesquisas e os nossos acordos com a Universidade de Oxford e, também, novos acordos que estamos fechando em todo mundo. O Brasil é um país que vacina habitualmente mais de 100 milhões todo ano e agora, com mais razão ainda, teremos a nossa produção própria de vacina”, comentou.

Segundo o ministro, o governo está acelerando as importações de vacinas do exterior. Acordos que estavam sendo negociados há bastante tempo estão sendo fechados e ampliados.

Competitividade

O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME), Carlos da Costa, destacou durante sua fala no segundo painel da tarde, que tratava do tema “Indústria - Impactos da digitalização, servitização, IoT e indústria 4.0”, que esse ano, apesar de todos os problemas marcantes, que depois de quase quarenta anos, a indústria voltou a crescer no Brasil. “O Brasil começa um processo de reindustrialização, devido uma sequência de políticas que transforma o Brasil num país que propicia um melhor ambiente de negócios, com marcos regulatórios mais modernos e mão-de-obra qualificada, ou seja, investindo em capital humano. Vamos terminar o governo com mais de 10 milhões de pessoas treinadas, principalmente em habilidades digitais, e mais de dois milhões de empreendedores qualificados em management capabilities com a melhores técnicas já aprovadas internacionalmente”.

O Brasil começa um processo de reindustrialização, devido uma sequência de políticas que transforma o Brasil num país que propicia um melhor ambiente de negócios, com marcos regulatórios mais modernos e mão-de-obra qualificada”, Carlos Da Costa

Da Costa destacou ainda o compromisso do governo federal em reduzir o Custo Brasil. “Pela primeira vez nós calculamos o Custo Brasil R$ 1.5 tri, por ano, é o que custa para as empresas brasileiras fazerem negócios no Brasil. Além do que custaria se elas estivessem num país mediano da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]. Mas com as medidas que já implementamos, esse custo tem um potencial de cair quase R$ 300 bi, e até o final do governo já temos tudo mapeado e em processo de discussão com o Congresso Nacional, medidas que terão potencial de reduzir no total R$ 800 bi. E isso já está atraindo muito investimento e volta a ter a confiança dos empresários”, afirmou.

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