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Canais digitais respondem por mais de 15% das vendas do comércio no terceiro trimestre do ano

Canais digitais respondem por mais de 15% das vendas do comércio no terceiro trimestre do ano

Negócios mais digitalizados e preparados para atender o consumidor no ambiente on-line contribuem para aumento de receita

Sondagem do Comércio realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) aponta que, mesmo com o fim das restrições sanitárias da Covid-19, muitos consumidores continuam escolhendo canais digitais na hora de comprar. No terceiro trimestre deste ano, 15,1% das receitas do comércio foram obtidas por meio de vendas on-line em sites, aplicativos, e-mails, entre outros canais. O percentual é o maior registrado desde o segundo trimestre de 2021, quando foi de 21,1%, período no qual a pandemia ainda restringia as operações das lojas físicas.

O coordenador de Mercados e Transformação Digital do Sebrae Nacional, Ivan Tonet, destaca que os números refletem a mudança na cultura do consumidor que está mais digital, mas também são reflexo da maior digitalização das empresas e da melhora da experiência de compra no ambiente virtual.

“As empresas se mobilizaram para utilizar os canais digitais e, ao longo do tempo, se prepararam melhor para atender às demandas desses clientes que procuram mais produtos e em diversidade”, avalia.

O estudo também aponta que nos meses anteriores ao início da crise da pandemia, em 2020, os canais on-line respondiam por 9,2% das vendas – um patamar inferior ao último verificado pela FGV Ibre. Já no segundo trimestre deste ano, o percentual de vendas obtido por meio dos canais on-line estava em 13,1%.

Para aproveitar as oportunidades do comércio on-line, Tonet recomenda que os donos de pequenos negócios, primeiramente, entendam como os canais digitais funcionam e tracem uma estratégia específica para cada um deles, a partir do público-alvo de interesse. “Essa atuação demanda recursos, sejam eles humanos, de tempo, e financeiros, a fim de investir na comunicação, na produção de conteúdo, na divulgação”, acrescenta.

Tonet ressalta que, ao contrário das grandes marcas varejistas, o pequeno negócio oferece produtos mais customizados e um atendimento mais próximo do cliente.

O consumidor consegue falar com pessoas e não com robôs. Consegue fazer trocas com mais facilidade e flexibilidade. Muitas vezes, ao fazer um compra on-line de um negócio mais perto da sua casa, o produto chega muito mais rápido também.
Ivan Tonet, coordenador de Mercados e Transformação Digital do Sebrae Nacional.

Outra informação destacada pelo FGV Ibre é a queda no percentual de empresas sem nenhuma venda on-line. Do segundo para o terceiro trimestre deste ano, essa proporção recuou de 31,5% para 29,2%. No período pré-pandemia, essa porcentagem estava em 49,7%, ou seja, quase metade das empresas não tinha venda digital antes das restrições sanitárias.

O especialista do Sebrae Nacional reforça que mensurar os resultados é essencial para adquirir aprendizados e retornos. Ele ressalta que as ferramentas disponíveis nos próprios canais ajudam na definição de metas, considerando os indicadores e resultados alcançados.

“A conversão, por exemplo, é um indicador muito importante que influencia no tamanho do investimento que será feito pelo empreendedor. Essa mágica do digital facilita muito o planejamento do negócio, mas o empreendedor precisa testar e conhecer bem os indicadores e os resultados para definir as suas metas”, explica Tonet.

Segmentos em alta

Entre os pequenos negócios, ele acrescenta que alguns segmentos se destacam nas vendas on-line, como é o caso do mercado pet, beleza e moda, saúde, turismo, casa e decoração.

“No caso de beleza e moda, a tecnologia e inteligência artificial tem contribuído muito para facilitar a tomada de decisão do consumidor, com uso de um provador virtual de roupas e até maquiagens, por exemplo”, comenta.

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