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87% das empresas registram afastamento por saúde mental em 2023, diz estudo

87% das empresas registram afastamento por saúde mental em 2023, diz estudo

A ansiedade (com 51%) é o transtorno, de acordo com os pesquisados, que mais afastou as pessoas do trabalho, seguido por depressão (17%), estresse (16%) e síndrome de Burnout (14%).

Um estudo inédito da Conexa, ecossistema digital de saúde, realizado com gestores e profissionais de recursos humanos de 767 empresas do país, constatou que a saúde mental do brasileiro no ambiente do trabalho não está em seu melhor momento. Das 1.589 pessoas que responderam perguntas elaboradas pela startup, 87% afirmaram ter ocorrido afastamento em sua corporação por causa de doenças que afetam a mente do colaborador. Isso somente neste ano.

A ansiedade (com 51%) é o transtorno, de acordo com os pesquisados, que mais afastou as pessoas do trabalho, seguido por depressão (17%), estresse (16%) e síndrome de Burnout (14%). O estudo foi feito nos dias 8, 9 e 10 de agosto com visitantes do Congresso Nacional de Gestão de Pessoas (Conarh) neste ano, em São Paulo.

Do total, 48% dos gestores e funcionários de RH ainda relataram que, por percepção, eles acreditam que possam existir pelo menos 10% de colaboradores espalhados em suas empresas com doenças mentais não detectadas. Outros 19% acham que 20% dos funcionários em seus ambientes de trabalho têm diagnósticos ainda não identificados, além de também 19% declararem que não sabem dizer.

Esta grave situação no ambiente de trabalho já havia sido alertada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em seu relatório anual, divulgado em 2022. Segundo a entidade, há um considerável aumento de diagnósticos de depressão ou ansiedade no Brasil. São cerca de 11,5 milhões, maior número da América Latina, muitos destes adquiridos no mercado de trabalho.

“A situação é bem grave em nosso país e as próprias lideranças já se atentam a este problema, conforme pudemos constatar nesta pesquisa”, afirma Erica Maia, médica psiquiatra e gerente de saúde mental da Conexa. “Investir em programas de saúde mental não deve ser visto apenas como um benefício para a empresa; é uma estratégia de negócios para que haja um ambiente colaborativo, saudável, com mais produtividade e retorno financeiro para as corporações”, emenda Erica.

A visão das lideranças e dos funcionários dos RHs também ficou clara na pesquisa Conexa. O estudo mostrou que cerca de 80% dos respondentes acreditam que dar acesso a médicos e psicólogos é muito importante para a empresa e colaboradores. Apenas 4% dos participantes não consideram o benefício à saúde como a principal necessidade da empresa. Só 1% considera pouco importante essa questão.

Dos pesquisados, 47% consideram ainda a saúde mental como a principal dor/desafio dentro da empresa. Em segundo lugar foi apontado o clima e cultura organizacional (24%) e em terceiro a atração e retenção de talentos (18%).

Metodologia

O questionário com nove perguntas foi respondido, nos dias 8, 9 e 10 de agosto, por 1.589 pessoas que trabalham dentro de setores de recursos humanos e/ou gestão de pessoas nas empresas.

Somente coordenadores (20%), gerentes (14%), diretores (5%), vice-presidentes (1%), além de outras lideranças – incluindo colaboradores de RH (60%) – participaram da pesquisa.

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