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Informalização e pedidos de demissão crescem no mercado de trabalho

Informalização e pedidos de demissão crescem no mercado de trabalho

Levantamento do IBGE também aponta uma queda da taxa de desemprego no Brasil, a nona seguida, e um aumento da renda média do trabalhador.

Os dados do mercado de trabalho brasileiro têm chamado a atenção dos economistas.

A foto do mercado de trabalho feita pelo IBGE veio mais colorida. Foi a nona queda seguida da taxa de desemprego no Brasil, que agora está em 8,1%. E a renda média do trabalhador foi para R$ 2.787, alta de 3% em relação ao trimestre anterior.

“Inicialmente foi uma recuperação mais numérica, mais de contingente, e mais recentemente estamos partindo para indícios de melhorias de indicadores mais qualitativos, como o caso da carteira de trabalho, e também da elevação do rendimento do trabalhador”, explica Adriana Beringuy, coordenadora das pesquisas domiciliares do IBGE.

Mas a inclinação para informalidade ainda é grande. Com a pandemia, o número de trabalhadores informais disparou e chegou ao recorde da série histórica do IBGE no trimestre encerrado em agosto de 2022: mais de 39 milhões de pessoas. No registro mais recente, divulgado nesta quinta-feira (19), são 38,8 milhões de brasileiros "por conta própria".

No mesmo período, outro fenômeno foi captado pelas pesquisas no mercado de trabalho: nunca tanta gente tinha pedido demissão ao mesmo tempo. No acumulado em 12 meses até novembro de 2022, foram mais de 6,75 milhões de demissões voluntárias.

São retratos da vocação que a nossa economia tem para os serviços - cada vez maior. Esse setor é o que melhor aproveita todas as diferenças do mercado no Brasil. Cabe o trabalhador com baixa escolaridade que encontra na rua a oportunidade de usar a força de trabalho e, também, o profissional qualificado, que escolhe onde e em que condições quer trabalhar.

“Hoje, os mais jovens podem pular de uma empresa para outra pensando em melhores oportunidades. Se as empresas não pensarem, elas vão estar perdendo talentos elas vão precisar pensar o que esses empregados tão querendo. Não só a questão da remuneração, mas outros benefícios e qualidade de vida”, diz Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores.

No ano passado, a empresária Gisela Mattos trocou a segurança pelo frio na barriga: a carteira assinada pela própria empresa que faz comida natural para pets.

“Todas as minhas amigas têm o final do mês garantido. Tudo! Férias, décimo terceiro... E eu que tenho que fazer isso, né? Então, eu tenho que trabalhar o dobro. Mas vale muito a pena. Muito. Porque faz sentido. Faz sentido porque é o que eu gosto”, conta Gisela.

No mundo dos informais, a barraca de espetinhos ficou pequena para tantos jovens recém-chegados.

“É ter força de vontade, né? Porque nem tudo que você monta de uma hora para outra vai dar certo. A gente pena um pouquinho”, diz Ismael de Oliveira, autônomo.

“Esses trabalhadores informais, de modo geral, têm rendimentos, ou seja, têm salários e remunerações mais baixas do que aqueles trabalhadores, aquele conjunto de trabalhadores com vínculos formais. Então, a informalidade responde por uma parte significativa do número de trabalhadores brasileiros, mas também estamos notando que a carteira de trabalho aponta sinais de recuperação desde o segundo semestre de 2022”, afirma Adriana Beringuy.
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