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Um ano de pandemia do coronavírus no Brasil

Um ano de pandemia do coronavírus no Brasil

Colapso das estruturas de saúde, falta de oxigênio, isolamento social, pacientes sendo transferidos para outros estados: brasileiros choram as vítimas do coronavírus no País

O Brasil completa um ano de pandemia de coronavírus. O primeiro caso foi confirmado pelo Ministério da Saúde no dia 26 de fevereiro de 2020, um homem de 61 anos, morador de São Paulo, que tinha viajado para a Itália entre os dias 9 e 21 de fevereiro. Na época, o país europeu estava perto de registrar 100 casos da doença. Desde então, o vírus evoluiu rápido no Brasil e passou a fazer cada vez mais vítimas, tendo picos de contaminação e mortes.

No Brasil, segundo o ministério, o primeiro óbito aconteceu no dia 12 de março - uma paulista de 57 anos. Naquela data, o País já somava 77 casos de Covid-19. Cinco meses depois, em 8 de agosto, o Brasil chegou a 100 mil mortes e três milhões de casos confirmados. Em janeiro de 2021, já eram 200.498 mortos e mais de sete milhões de casos. Um ano depois, em 25 de fevereiro, o número de óbitos já passava de 250 mil e o de casos era superior a dez milhões.

Evolução do coronavírus no Rio Grande do Sul

O primeiro caso de coronavírus no RS foi confirmado no dia 10 de março de 2020. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), o paciente de 60 anos esteve na Itália entre os dias 16 e 23 de fevereiro.

Oito dias depois, o Estado já somava 108 casos. Em 23 de março, eram 199 e, no dia 24, com 210 casos, foi anunciada a primeira morte por Covid-19. A vítima era uma mulher de 91 anos internada em uma UTI de Porto Alegre.

Na época, o então prefeito Nelson Marchezan Júnior afirmou que a Capital tinha mais nove pacientes com a doença e outros 26 com suspeita internados em leitos de terapia intensiva. Onze meses depois, no dia 27 de fevereiro de 2021, a ocupação de UTIs em hospitais da Capital passou de 100% pela primeira vez desde o início da pandemia.

Em 3 de junho de 2020, o RS atingiu a marca de dez mil casos, com 258 mortes. Pouco tempo depois, em 14 de junho, 41.865 já tinham sido infectadas pelo coronavírus e 1.060 tinham morrido. Em 19 de janeiro de 2021, eram mais de 512 mil gaúchos infectados e mais de dez mil vítimas. Agora, o número de casos passa de 640 mil e o de mortes, de 12,4 mil.

Neste domingo (28), o Rio Grande do Sul chegou a 96,4% de ocupação de UTIs, com recorde de 2.635 leitos sendo utilizados.

Colapsos no Amazonas

O Amazonas, foi o primeiro estado do Brasil a enfrentar um colapso. Em 21 abril de 2020, a prefeitura de Manaus anunciou a abertura de valas comuns para sepultar as vítimas de Covid-19. As imagens das dezenas de covas no cemitério, denominadas "trincheiras", comoveu o Brasil. Na época, o boletim da Secretaria de Saúde do Amazonas registrava 193 mortos por coronavírus, sendo 163 deles somente em Manaus.

Menos de um ano depois, o Amazonas voltou aos noticiários por conta de outro colapso, dessa pela falta de leitos de UTI e de cilindros de oxigênio. Apenas nos primeiros dias de 2021 foram 2.221 novas hospitalizações em Manaus. O número é maior do que o total registrado em todo o mês de abril, primeiro pico da pandemia no Amazonas, quando 2.218 pessoas foram hospitalizadas.

Atualmente, a situação já está mais estabilizada, após a transferência de pacientes para outros estados e o recebimento de novos cilindros de oxigênio.

Medidas de enfrentamento ao coronavírus

Ainda em março, outras imagens chocaram os brasileiros: ruas e estradas praticamente vazias, sem circulação de pessoas ou veículos, devido à primeira fase da quarentena instituída para conter os avanços da doença. Milhares de pessoas passaram a trabalhar em casa, popularizando o home office. Na época, semelhante ao que algumas cidades do Brasil estão voltando a viver agora, apenas serviços essenciais funcionavam normalmente.

No início de março, escolas e universidades passaram a suspender as aulas presenciais para evitar o contágio de alunos e professores. No dia 16 de março, as universidades do Rio Grande do Sul anunciaram suspensão de uma ou duas semanas das atividades presenciais que, até hoje não foram totalmente retomadas. Desde então, outros tipos de aglomerações também foram proibidos e seguem sem previsão de retorno, como a presença de multidões nos estádios de futebol, shows e outros eventos.

Em abril, em meio ao isolamento social, o governo federal adotou medidas para mitigar o efeito da doença na economia, como linhas de crédito para as empresas, e enviou ao Congresso proposta de criação de auxílio emergencial, direcionado à população mais vulnerável.

Postura de Jair Bolsonaro

A postura negacionista do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia também marcou os últimos 365 dias. Desde o início, o presidente buscava minimizar a seriedade da doença no Brasil, alegando que a Covid-19 era apenas uma gripe. Em maio, passou a defender o kit-Covid, com medicamentos sem eficácia comprovada. Em junho, decidiu que o ministério não iria mais divulgar o número de mortos por coronavírus.

O presidente também foi contra algumas medidas de proteção, como o uso de máscaras e os lockdowns, constantemente aparecendo desprotegido em aglomerações. Bolsonaro mostrou resistência contra as vacinas e suas ações atrasaram a chegada do imunizante ao País. Os brasileiros também se sentiram desamparados com a troca de ministros da saúde durante o momento mais crítico da pandemia. Em 16 de abril, Luiz Henrique Mandetta deixou o cargo e Nelson Teich assumiu. Menos de um mês depois, no dia 15 de maio, Teich pediu demissão e o atual ministro Eduardo Pazuello assumiu a função.

Vacina

Os estudos para encontrar uma vacina contra o novo coronavírus começaram ainda em 2020. Em 2 de junho foi anunciado que a vacina de Oxford, a única em fase mais avançada de estudo das 70 vacinas em desenvolvimento no mundo todo, também seria testada no Brasil. No dia 8 de agosto, os primeiros voluntários gaúchos dos testes da vacina Coronavac, da China, desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan, receberam a primeira dose do imunizante.

No dia 17 de janeiro de 2021, a Anvisa autorizou o uso emergencial da Coronavac e da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford/AstraZeneca. Os imunizantes serão distribuídos no Brasil, respectivamente, pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz. No mesmo dia, a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, foi a primeira brasileira vacinada contra a Covid-19. Até 28 de fevereiro, o Brasil contava com mais de 6,8 milhões de brasileiros vacinados - apenas 3% da população.

No Rio Grande do Sul, a primeira vacinada foi a técnica de enfermagem do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Aline Marques da Silva. O Estado começou vacinando profissionais da saúde, indígenas e quilombolas e agora já está na fase de vacinação de idosos.

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